No dia 7 de dezembro de 1979, um grupo de seis pensionistas reuniu-se no salão paroquial da IGREJA Santa Rita de Cássia, para fundar aquela que seria a mais respeitada organização de defesa das mulheres que dependem de pensão do Estado para viver.
O grupo era formado pelas senhoras Hortência D’Asti de Lima, Nylva Lovely Carlesimo, Anacirema Bastos Rangel, Bonilha Leite de Morais, Aparecida da Silva e Hermínia Conradi Pereira da Costa, eternizadas na história como as fundadoras da União das Pensionistas da Caixa Beneficente da Polícia Militar, a nossa atual UPPMESP.
Além delas estavam os Majores PM Ezequiel Correa de Araújo e Nilton Duarte da Silva. O terceiro homem do grupo era o Cônego Olavo, que durante os meses seguintes cederia as instalações da paróquia para que fossem realizadas as reuniões da recém-criada entidade. A partir de então, aquele pequeno grupo começou a fazer história. As seis mulheres sabiam que lutar por melhores condições de vida das pensionistas era uma tarefa árdua, um caminho cheio de obstáculos – a começar pela ausência de pensionistas no quadro associativo. Foram anos de busca incessante na porta do então Banespa, em dia de pagamento de pensão.
Era preciso encontrar as pensionistas e explicar os objetivos da entidade, mostrar a elas que era possível reverter a situação de penúria em que viviam. A primeira sede, uma sala alugada nas imediações da Praça da República, não dispunha sequer de telefone; ao alugar o imóvel, as fundadoras sabiam que teriam que bancar o aluguel com recursos próprios por muito tempo.
Os primeiros meses foram de muito sofrimento para as seis pioneiras. Para pagar o aluguel da sala, tinham que colocar a mão no bolso, utilizar parte da pensão e sacrificando até mesmo o conforto da família.
Aos poucos o cenário foi mudando de cor e já foi possível alugar uma casa na Rua João Teodoro. O telefone foi comprado com o dinheiro das fundadoras. Elas gastavam sua pensão também em passagens de ônibus, em corridas de táxi e em constas de água e luz. Ao mesmo tempo, prosseguiam na via sacra nas portas do banco e da Caixa Beneficente, locais onde encontravam seu público-alvo, conscientizando assim as pensionistas.
No décimo ano de vida, o passo maior, a aquisição de uma casa da nova sede, essa sim, definitiva, à Rua Dr. Rodrigo de Barros, perto da Autarquia que garantia a subsistência das pensionistas, viúvas e órfãos de policiais militares. A União das Pensionistas sempre participou de eventos e atos em prol da Polícia Militar. Nunca fugiu da luta. Foi assim na Assembleia Constituinte, foi assim no Congresso de Policiais Militares de Belo Horizonte, em 1987, foi assim nas manifestações pela melhoria de salários e condições de trabalho dos policiais militares, e tem sido assim, sempre, na luta pelas pensionistas, por seu bem maior.